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Tropas afro-americanas pedem clemência por envolvimento nos motins de Houston em 1917
Em 27 de agosto de 1917, ocorreram graves conflitos raciais em Houston, Texas, entre soldados afro-americanos do 3º Batalhão de Reabastecimento e residentes brancos da cidade. Agora, mais de um século depois, um grupo de estudiosos e ativistas está pedindo clemência para os 19 soldados do batalhão que foram condenados aos tribunais marciais por sua participação nos eventos.
De acordo com documentos históricos, nove soldados negros foram sentenciados à morte e enforcados, enquanto outros 13 foram condenados a prisão perpétua ou penas de 10 a 15 anos de trabalho forçado. A violência ocorreu após a escalada de tensões raciais decorrente do aumento da população afro-americana decorrente do recrutamento para a Primeira Guerra Mundial.
Um comitê chamado Houston’s Forgotten 97 está liderando a campanha para garantir o perdão póstumo aos soldados, argumentando que eles foram alvo de racismo institucionalizado e que as condenações foram injustas. O comitê inclui acadêmicos, ativistas dos direitos civis, líderes religiosos e membros da família e comunidade dos soldados. Eles acreditam que o perdão é uma forma de retificar as injustiças cometidas contra os soldados e honrar suas memórias.
O ativista Xavier Richardson, um dos membros do comitê, expressou sua esperança de que o governador do Texas, Greg Abbott, possa conceder póstumamente o perdão aos soldados. Richardson destacou que a obtenção dessa clemência enviaria uma mensagem poderosa sobre reconciliação e justiça histórica.
O caso dos soldados afro-americanos enforcados e condenados durante os motins de Houston em 1917 há muito tempo é negligenciado e desconhecido pela maioria da população. A campanha do Houston’s Forgotten 97 busca relembrar esses eventos sombrios da história americana e educar o público sobre as injustiças cometidas.
Desde que a campanha foi iniciada, algumas figuras políticas e líderes comunitários expressaram seu apoio à clemência dos soldados. O comitê pretende continuar pressionando as autoridades locais e estaduais para o perdão oficial e a revisão dos registros dos soldados, a fim de garantir que suas histórias sejam contadas de maneira precisa e justa.
A batalha pela clemência dos soldados afro-americanos envolvidos nos motins de Houston em 1917 permanece em andamento, enquanto a sociedade reflete sobre as injustiças do passado e busca corrigir os erros cometidos décadas atrás. Resta ver se o pedido de perdão será atendido e se isso trará algum alívio à memória dos soldados e suas comunidades.