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Paramédicos tentam justificar o uso de ketamina na morte de Elijah McClain, mas um júri do Colorado se opõe

A polêmica envolvendo a morte de Elijah McClain, um jovem negro de 23 anos, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira, quando um júri do Colorado se manifestou contrário ao uso de ketamina por parte dos paramédicos responsáveis pelo atendimento médico prestado à vítima. McClain faleceu em 24 de agosto de 2019 após ser detido pela polícia no estado de Colorado.

Os paramédicos Richard Roessler, Jason Rosenblatt e Randy Roedema foram os primeiros profissionais de saúde a chegar no local onde McClain estava, após a polícia usar uma chave de braço para imobilizá-lo, seguida de uma dosagem de ketamina, um potente sedativo. A substância foi administrada antes que McClain fosse levado ao hospital. O jovem entrou em coma e faleceu alguns dias depois.

Durante o julgamento, os paramédicos alegaram que a ketamina era necessária para controlar a agitação extrema de McClain, mas o júri considerou que o uso da droga era inadequado e excessivo. O veredicto do júri foi de que os paramédicos agiram de forma negligente e contribuíram para a morte de Elijah McClain.

A morte de McClain ganhou destaque nacional após o pronunciamento da família da vítima e dos ativistas dos direitos civis, que expressaram indignação com a violência policial sofrida pelo jovem. A utilização indiscriminada de sedativos, como a ketamina, levantou preocupações sobre a prática dos profissionais de saúde no uso de drogas potencialmente perigosas em condições que não exigem sedação extrema.

O caso chamou a atenção para a necessidade de revisões nas políticas de atendimento médico de emergência, especialmente quando a utilização de drogas sedativas é imposta sem necessidade evidente. A fim de evitar futuras tragédias como a de Elijah McClain, espera-se que a decisão do júri do Colorado estimule mudanças importantes nesse campo.

No entanto, os paramédicos envolvidos no caso argumentaram que agiram de acordo com os protocolos e diretrizes estabelecidas, e que a decisão do júri é preocupante para a comunidade médica. Eles afirmaram que, em situações de potencial risco para o paciente e os profissionais envolvidos, a ketamina pode ser útil como forma de sedar o indivíduo e prevenir danos maiores.

À medida que a discussão sobre o uso de sedativos como a ketamina segue em pauta, grupos de direitos civis e ativistas reforçam a importância de uma revisão completa dos procedimentos de atendimento médico e do treinamento dos profissionais envolvidos, especialmente no que diz respeito ao tratamento de cidadãos negros e minorias étnicas.

Diante desse caso trágico, a família de Elijah McClain espera que a decisão do júri possa servir de precedente e incentivar mudanças significativas na forma como o sistema de saúde lida com pacientes no futuro. A esperança é de que a memória de Elijah McClain ajude a evitar que outras famílias passem pela mesma dor e injustiça que a deles.